Banco de Histórias

BANCO DE HIStÓRIAS

Acervo de História Oral

Na proposição de Paul Thompson, a história oral é uma interpretação da história das sociedades, das experiências sociais e da cultura – sendo um tipo de história – que elege como centralidade a fala. Na trajetória da História Oral, as notas escritas de entrevistas foram superadas pelo registro em áudio (fita cassete) anunciando uma nova história, que nascia da tecnologia da gravação em áudio portátil – tendo passado o gravador a ser um companheiro constante de historiadores desprovidos dos preconceitos tradicionais e estimulados a percorreram ruas, espações públicos, moradias de bairros distantes, com seus aparelhos e fitas cassetes, nos idos dos anos de 1960 e 1970. 

A defesa da oralidade como fonte, afirma o potencial que tem a história oral de revelar, amplificar e multiplicar vozes dos sujeitos trazendo à tona formas variadas do vivido na sociedade, em especial de grupos subalternos. 

A história oral tem sido um instrumento de construção da história e de memórias diversas, tem estimulado trajetórias para realização de uma história múltipla e plural, a partir do entendimento de que toda a pessoa tem uma história a ser valorizada socialmente, toda pessoa pode contar e refletir acerca de sua história pessoal, assim como, a história de cada pessoa constitui-se em patrimônio histórico-cultural de um povo, uma nação, uma etnia.   

Na tentativa de traçar caminhos em busca da pluralidade e diversidade na narrativa histórica – não apenas a presença da oralidade, mas também, a presença da imagem torna-se um imperativo contemporâneo. Novos desafios se colocam, um dos desafios centrais é o de incorporar o oral e o imagético na produção do conhecimento, na prática da pesquisa, na produção da história científica e na promoção de memória social. 

Estes desafios constituem o escopo teórico e metodológico do projeto Memórias Resistentes em seus esforços de formar o seu Banco Audiovisual de Histórias – que apresenta um conjunto de registros audiovisuais de histórias orais de vida e histórias orais temáticas relacionadas com a memória social de Osasco e região.

BANCO DE HIStÓRIAS

Oficina de tecnologias sociais da memória

Articulando a história oral com as tecnologias audiovisuais, o Memórias Resistentes trabalha na construção de seu Banco Audiovisual de Histórias realizando a coleta, organização e o fomento à produção do conhecimento de forma partilhada, com comunidades, indivíduos, associações e instituições através do registo em audiovisual. 

Pretendemos, na disponibilização deste Banco Audiovisual de Histórias, a valorização da oralidade como forma ativa e cidadã de construção da memória e da história local. Partimos da proposição de que contar é compartilhar, e, compartilhar é construir possibilidades de consolidar poderes individuais e coletivos de ação, reação e superação de situações de opressão, miséria, desrespeito, invisibilidade, esquecimento e/ou submissão. 

Destacamos as temáticas relativas aos temas dos direitos e cidadania, as resistências políticas, a participação social, a militância e o ativismo político, a participação em eventos locais significativos. Fomentamos a narrativa de pessoas comuns, instigadas a relatar suas experiências sociais sob o construto teórico de que: contar a sua própria história é ao mesmo tempo refletir sobre ela, avaliar, pensar e, na maioria das vezes, desejar mudança, construir novas ações, planejar novos rumos e novas conquistas – construto definido por Silvia Rivera Cusicanque – nossa referência teórica – como uma epistemologia potencialmente empoderadora.   

A oficina de tecnologias sociais da memória pretende construir junto a indivíduos, organizações, instituições e grupos sociais diversos os elementos teóricos e metodológicos possíveis para a apropriação de tecnologias sociais da memória a partir dos registros audiovisuais em histórias de vida, e, também, dar visibilidade às produções narrativas individuais ou de grupos, fomentando a ampliação de um acervo diverso neste site que integra, articula e divulga o material audiovisual e zela por sua preservação.

Deste modo realizamos pesquisas coletivas e parcerias em produção de histórias de vida em audiovisual, assim como formação em extensão cultural nas tecnologias sociais da memória. 

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